Cirurgia da fissura anal: vantagens, alternativas, recuperação, pós-operatório, riscos, licença-médica, evacuação, dores, anestesia de rack, zumbido



Sofri por vários anos com a fissura anal, com dores horríveis ao evacuar e sangramentos.

Os médicos que consultei sempre diziam que seria importante tentar tratamentos alternativos, como banhos de assento, mudança na alimentação e pomadas, antes de se submeter a uma cirurgia.

Foi o que fiz por mais de dez anos, até pelo medo da cirurgia, mas chegou um ponto em que não dava mais para suportar, pois os períodos sem dores e sangramentos eram cada vez menores (menos de um ano) e com dores cada vez maiores (até três ou quatro meses seguidos).

Conforme o Dr. Fernando Valério, "O tratamento cirúrgico da fissura anal consiste na ressecção da lesão ulcerosa, assim como do plicoma sentinela, para que haja um tecido em boas condições de cicatrização. Associada a esta ressecção, dever ser realizada, obrigatoriamente, a esfincterotomia cirúrgica parcial, ou seja, a secção parcial do esfíncter interno do ânus (músculo interno do ânus) para a diminuição da hipertonia (espasmo) esfincteriana. Este procedimento permite que ocorra um aumento real e duradouro (ao contrário da “esfincterotomia química”) do fluxo sangüíneo da região anal, com conseqüente cicatrização da fissura anal."

Riscos existem, como em qualquer cirurgia, mas são bem pequenos, pois se trata de um procedimento simples.

A cirurgia foi realizada com anestesia de rack e correu tudo bem.

O único problema que aconteceu foi um zumbido horrível que comecei a sentir no segundo dia, o qual aumentava e se tornava insuportável quando me levantava. Deitado, diminuia bastante.

O anestesista me falou que foi um efeito raro dessa anestesia de rack, decorrente da abertura do orifício feito na coluna para a sua aplicação, provavelmente em razão de esforço que fiz no dia seguinte à cirurgia, em que dirigi um jipe sem direção hidráulica por mais de 25 km, no retorno para casa.

Foi-me receitado um comprimido comum para dor de cabeça que não lembro o nome  e o zumbido sumiu em pouco tempo.

O pior dessa cirurgia é o pós-operatório, ou mais precisamente na hora de evacuar nos primeiros dias a seguir, quando se sente uma dor muito forte, mas não muito mais forte que aquelas que sentia ao evacuar nas piores crises antes da cirurgia. E essas dores vão diminuindo dia a dia, e com quinze dias não se sente praticamente mais nada ao evacuar.

Quanto ao afastamento do trabalho, o médico concedeu 15 dias de licença.

Agora, passados mais de dois anos da cirurgia, nunca mais tive qualquer problema e o único arrependimento é não ter feito a cirurgia antes.